Projeto “Artes Visuais na Escola” é mais uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação - SEME e tem como objetivo garantir aos estudantes e professores das Escolas de Ensino Fundamental de Rio Branco que desenvolvem o Programa Mais Educação do MEC, acesso à produção acreana no campo das Artes Visuais, através da realização de exposições de telas de artistas locais e Oficina de Pintura nas escolas. Por se tratar de projeto piloto, o público-alvo é restrito, mas através das ações desenvolvidas por este projeto, o Secretário Municipal de Educação, Márcio Batista pretende contribuir para que cada vez mais a arte faça parte do dia-a-dia dos alunos e que no futuro, seja realidade nas demais escolas municipais de Rio Branco. Para desenvolver o projeto, a SEME conta com a parceria da AAPA - Associação de Artistas Plásticos do Acre, Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil e o Centro de Multimeios.
Acompanhe as Etapas do Projeto e aprecie as fotografias tiradas na Escola Chico Mendes:
Primeira Etapa:
Elaboração do Projeto Artes Visuais: Apresentação, Objetivos, Público-Alvo, Parcerias, Metodologia, Recursos, Operacionalização...
Segunda Etapa:
Capacitação dos professores do Centro de Multimeios que atuarão como monitores nas exposições. A capacitação foi mediada pelo Professor e Artista Plástico Marcos Lenísio e contamos ainda com a ilustre presença de artistas da Associação de Artistas Plásticos do Acre -AAPA. Durante a capacitação foi abordados os seguintes conteúdos: histórico das obras a serem expostas, apresentação dos autores, contextualização, processo de criação, material utilizado e técnicas pedagógicas para facilitar a visitação dos alunos a exposição e apreciação das obras na escola.
Terceira Etapa:
Transporte do material e Organização de 15 Obras dos artistas acreanos Jean Carlos, Natalino de Brito e José Matos todos associados a AAPA. Detalhes como: escolha do local, distribuição das obras por temática abordada, etiquetas com identificação das obras e altura dos cavaletes são indispensáveis para uma boa apreciação.
Após a Montagem da Exposição, os monitores visitam os alunos na sala de aula e conversam com os alunos, destacando os itens vistos na capacitação, de forma a orientá-los para que possam vivenciar a exposição de forma mais ampla e proveitosa. São apresentados aos alunos e professor dados gerais sobre o projeto, o roteiro de visitação as obras e o currículo resumido de cada artista cujas obras fazem parte da exposição. Assim, os alunos são convidados para apreciar as obras.
Depois de observar livremente os quadros, os alunos são estimulados a percepção de detalhes como: cores, formas, técnicas, temática, linhas, relação das obras com a história de cada autor...
Depois da apreciação, os alunos ouvem a história "O menino e o Muro". Conto infantil de Sônia Junqueira que narra a história de um menino que, não gostando do muro de sua casa, passou o dia todo a pintá-lo, alegrando-se com esta atividade. É importante despertar nas crianças o interesse em ouvir histórias narradas e a história de Sônia Junqueira relacionada às artes visuais também instiga a criatividade para a construção e transformação de comportamentos.
E todas estas etapas acontecem sucessivamente com as demais turmas da escola.
Quarta Etapa:
Depois que todas as turmas visitaram a exposição, acontece a Oficina de Pintura com a presença de um dos artistas cujas obras estão em exposição. A escola escolhe uma turma que é direcionada a um local apropriado e os alunos são convidados a fazer uma pintura representando seus sentimentos durante as obras que apreciaram.
[...] Criar não representa um relaxamento ou um esvaziamento pessoal, nem uma substituição imaginativa da realidade; criar representa uma intensificação do viver, um vivenciar-se no fazer; e, em vez de substituir a realidade, é a realidade; é uma realidade nova que adquire dimensões novas pelo fato de nos articularmos, em nós e perante nós mesmos, em níveis de consciência mais elevados e mais complexos. Somos, nós, a realidade nova. Daí o sentimento do essencial e necessário no criar,
o sentimento de um crescimento interior, em que nos ampliamos em nossa abertura para a vida.
(OSTROWER, 1987, p. 27-28).
[...] porque a educação como formação e instrumento de participação precisa partir das potencialidades do educando e motivá-lo à criatividade própria. A cultura constitui o contexto próprio da educação, porque é motivação fundamental para a mobilização comunitária e quadro concreto da criatividade histórica
(DEMO, 1993, p. 58)
Sabemos que a Arte na escola pode contribuir para o processo de educação artística e estética, explorando o potencial expressivo e criativo do ser humano como possibilidade de transformação da própria humanidade, buscando a educação de um olhar mais inteligente e sensível sobre o homem e sobre a vida.
Imagens como estas nos fazem refletir sobre o potencial criador e expressivo que está dentro de nossos alunos.
A arte explora o pensamento divergente, mobiliza a busca de novas soluções, de possibilidades alternativas, de caminhos não-convencionais, e leva à construção de um percurso de investigação da forma própria e única de expressão e criação artística, tende a igualar os homens na sua condição de ser potencialmente criador.
(PEREIRA, 1982, p.13)
Rodin nos dirá que, quando não percebemos a Beleza, a falha é de nossos olhos e não dela. Devemos transformar o nosso olhar para recuperar o encanto, o espanto e a maravilha de ver o belo onde menos o esperamos. É preciso, antes de tudo, aceitar o desafio do artista que, trazendo tudo à superfície aparente da pedra, ou da palavra, põe todas as coisas como em meio a um furacão, transferindo-as de seu lugar habitual para um plano onde podemos vê-las desde outros ângulos, desde outro sentido. (...) Assim, Beleza e Natureza andam necessariamente juntas; a Beleza só aparece a partir da educação do olhar que nos faz prestar mais atenção ao que nos cerca, aproximando-nos daquilo que aparece nas entrelinhas da realidade.
(CALDAS, in RILKE 1995, p. 15-17)
A pintura como as demais modalidades de linguagem que compõem as artes plásticas (desenho, escultura, modelagem...) abrem espaço para a expressão não-verbal e a compreensão do indivíduo e do mundo para além do que pode ser traduzido em palavras.
(KRAMER ET ALL, p.87)
As diferentes linguagens apresentam-se como campo aberto de criação e de compreensão da história e da trajetória humana. Pela sua natureza, a arte ultrapassa os limites de um saber fixo e imutável, em que se busca uma única resposta ou solução, uma afirmativa correta, uma verdade eterna e incontestável.
(LOPES, 1996, p.84)
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